sábado, setembro 30, 2006

MEMORIAL DE QUELIMANE: I - Rio dos Bons Sinais


E foi que... passada a costa de Sofala, ora afoita em mar alto toda a armada, o leve leme de cada nau a proa inclinou, alvoraçando-se o coração já desesperado e que tanto fiou dum fraco pau:
- lá, aonde a terra bem se avistava, um rio saía ao mar aberto, havia pessoas que sabiam navegar... fluindo sinais que fortaleceram a esperança imensa de achar a rota certa para a Índia.
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quinta-feira, setembro 14, 2006

AURORA EM INHASSUNGE... (ou um certo elogio do passado)


A minha expressão da alma flutuando no tempo, como se fosse num amplo rio, ancora em Inhassunge, um lugar situado na margem onde repousam parte das próprias raízes e que, ao interpretá-la, a faz fluir contemplativa.
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terça-feira, setembro 12, 2006

SOBRE O PAQUETE MOÇAMBIQUE - ( Parte II )

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Entretanto, pesquisando na INTERNET, algumas referências alusivas a este paquete foram encontradas. A seguir identifico as descrições que considero mais sugestivas:

  • Em MEMÓRIAS 1, Telémaco A. Pissarro, evocando a viagem do início do seu desígnio africano por terras de Angola, assim descreve:
    (…)
    Embarquei em Junho de 1951 no navio Moçambique rumo ao Lobito. A terceira suplementar era no porão abaixo da linha de água junto das viaturas dos passageiros, separados apenas por um separador de rede de arame forte. Dormíamos em camaratas e beliches. Logo à saída da barra o mar estava com muita ondulação e o pessoal enjoou vomitando. Na camarata havia um cheiro a vómito desagradável. Um angolano preto que estava por baixo da minha cama até chegou a vomitar sangue.
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segunda-feira, setembro 11, 2006

SOBRE O PAQUETE MOÇAMBIQUE - ( Parte I )


À semelhança de muitos outros, também meus pais rumaram a África. Assim, Moçambique, no final da década de 40 do século passado, foi o destino para uma permanência por terras da Zambézia que perdurou até 1974, tendo esta vivência determinado o nascimento de todos os filhos em Quelimane.

Na época, as raras vindas a Portugal aconteceram apenas para gozo dos períodos de férias, por regra com um intervalo de frequência nunca inferior a quatro anos.

Até meados dos anos 60 as viagens foram invariavelmente efectuadas por via marítima, circunstância que possibilitou uma identidade com alguns dos paquetes que então operaram nessas rotas.
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domingo, setembro 10, 2006

DE MIM PARA MIM


As árvores crescem belas,
Esperam sempre a Primavera
Para transmitir o sentir
Do que importa viver;
Tão áureo é o seu equilíbrio
Que alguém registou um dia:
"Mesmo quando morrem
Não deixam de estar em pé".

Confesso que a coabitação com as memórias da adolescência tem constituído um exercício com acrescida relevância. Uns logo retorquirão que se trata de ocupação inútil em mente vã, outros ainda irão advogar que sintomas de senilidade estão perigosamente a minar meio século de vida entretanto vencido. E, reconheço, todos sustentarão razões iniludíveis sobre os méritos do comportamento perfilado no hoje e no amanhã – abençoadas mentes que, por vezes, até induzem a crer que o céu deixou de ser o limite.
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